terça-feira, 8 de março de 2011

SERÁ QUE O OBSERVATÓRIO HERSCHEL REVELOU UM BURACO NEGRO OU UM BURACO VAZIO NA NEBULOSA DE ÓRION NGC1999?

Por Yuri Mendes
Crédito: ESA/Herschel - Fonte: http://herschel.cf.ac.uk/results/ngc1999-hole-space

Herschel, o grande telescópio espacial infravermelho da ESA, fez uma descoberta incomum em 2010, descobriu um vazio escuro no espaço de uma nuvem de reflexão em Órion.
Ao ser divulgado essa notícia, surgiu alguns boatos onde desencadeou novamente a insistência em dizerem que há um Buraco Negro, ou que houve um Buraco Negro no passado em Órion com base no que o telescópio Herschel descobriu recentemente na nebulosa NGC 1999.
Neste artigo quero esclarecer essa nova lenda criada sobre Órion que não tem nada haver com os preparativos da volta de Jesus.



Primeiro: A Nebulosa NGC1999 , tem sido localizada como se estivesse dentro da nebulosa M42. A nebulosa de reflexão NGC1999 situa-se a 1.500 anos-luz de distância na direção da constelação de Órion, a dois graus ao Sul da bem conhecida nebulosa de emissão M42, e não dentro dela. São duas nebulosas distintas e diferentes uma da outra.
Segundo: Devemos entender o que é o Buraco Negro. Os Buracos Negros são formados a partir de estrelas colapsadas (que explodiram), em que a força gravitacional é tão grande que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar de dentro deles. Isso faz com que seja impossível visualizar um Buraco Negro. O Buraco Negro é invisível por definição e a visão de Ellen White trata de elementos visíveis, um espaço glorioso de luz. Sendo que não há ainda conformidade entre astrônomos se existem ou não Buracos Negros no cosmos. Ao contrário, as nebulosas podemser vistas e como já verificamos, as nebulosas são nuvens interes telares compostas de hidrogênio, hélio, poeira cósmica e outros elementos.
Caso houvesse um Buraco Negro nessas proximidades tudo seria atraído para o centro desse buraco e não existiria mais nada para se ver.
Image
Terceiro: NGC 1999 é uma nebulosa de reflexão, que brilha ao refletir a luz de uma estrela que se encontra nas proximidades. Ao contrário das nebulosas de emissão, cujo brilho avermelhado deriva dos átomos excitados do gás. Já as nebulosas de reflexão têm um tom azulado. Pois, a poeira interestelar preferencialmente reflete a luz estelar azul. A iluminação estelar de NGC 1999 provém da estrela variável V380 Orionis, vista na imagem a esquerda do centro. Uma nebulosa de reflexão, uma nuvem de gás brilhante que está ao lado de uma parte enegrecida do céu.
O que é visto: Ao olhar a imagem você notará que há uma mancha negra na imagem.
Entretanto, esta mancha sempre se pensou que era uma nuvem escura, uma nebulosa escura de gás frio e de poeira, e que estava bloqueando a luz da estrela provocando uma silhueta. Mas quando foi observada pelo telescópio Herschel, se obteve uma surpresa. É que Herschel não viu nada lá. - No entanto, quando o Herschel foi apontado nesta direção para estudar as estrelas novas vizinhas, a nuvem continuou a parecer preta. Mas isto, em tese, não poderia ter acontecido uma vez que os detectores infravermelhos do Herschel foram desenhados para enxergar por dentro das nuvens. Assim, os astrônomos inferiram: ou a nuvem era densa demais ou então alguma anomalia estava a ser observada.
Então ao invés de uma nuvem escura foi simplesmente visto um vazio, ou seja, uma cavidade (Hole) nessa nebulosa.
Um vazio? Como? Usando telescópios terrestres, os astrônomos encontraram a mesma situação. Ao mirar este “buraco cósmico” o Herschel flagrou um passo inesperado neste processo de entendimento da formação estelar.
Os astrônomos ao verem isso, pensaram e disseram: esta mancha parece negra não por consistir de um denso amontoado de gás, mas porque está literalmente vazia. Algum fenômeno criou este buraco na nuvem. “Nunca havíamos visto um buraco destes”, disse Tom Megeath, da Universidade de Toledo, Estados Unidos. “É tão surpreendente como sabermos que temos pequenos buracos de minhocas no jardim e descobrir numa manhã que estes se transformaram num gigantesco buraco.”
Mas você ao ouvir isso, poderá dizer: - então há um Buraco negro em Órion!
No entanto, não é isso que foi falado e observado pelos astrônomos. Devemos ter muito cuidado ao afirmar tal coisa.
Por que digo isso?  Por que há um grande perigo de falar no que não se vê, e no que não se entende. O que geralmente se faz uma grande confusão.
Seria o mesmo que uma pessoa leiga em assuntos medicinais pegasse um resultado de exame sangüíneo e tentasse interpretar os dados ali expostos. A pessoa faria uma interpretação errada dos resultados. Ao contrario do Médico. Se não possuir o conhecimento devido, poderá se falar grandes enganos.
A confusão aqui feita, é que estão confundindo a Expressão “Hole” usada pelos astrônomos por “Black Hole” para explicar o surgimento dessa cavidade. O termo “Hole” é usado no inglês para definir um vazio, em outras palavras, a dissipação das nuvens, gases e poeira radioativa, e não para dizer que é um Buraco Negro colapsado, um túnel ou até mesmo uma porta para algum lugar.
 Os astrônomos supõem que o suposto “buraco” deve ter sido expandido (aberto) quando os estreitos jatos de gás de algumas das estrelas jovens localizado na região perfuraram a poeira e gás que constitui a NGC 1999. Eles acreditam também que a radiação poderosa proveniente de uma estrela vizinha mais velha tenha ajudado aprovocar o afastamento do material envolvente, varrer as nuvens digo melhor, dissipar os gases que envolvia essa cavidade (buraco) anteriormente, assim como aconteceu com as Plêiades na constelação de Touro. Seja qual for à causa do evento, poderia dar uma idéia importante sobre a maneira como estrelas recém-nascidas podem dispersar ou varrer nuvens que as envolvia no estágio inicial de sua formação.
Os astrônomos acreditam que o buraco de 0,2 anos-luz de largura foi feito pelo processo intermitente de nascimento de um embrião nas proximidades chamado V380 Ori. Esta protoestrela já tem 3,5 vezes a massa do nosso Sol. A equipe acredita que o recém-nascido está sinalizando sua maturidade ao ejetar colunas de gás a partir de seus pólos, as quais estão detonando qualquer material residual do casulo original da formação estelar.
 “Nós pensamos que a estrela está lançando um jato bipolar a centenas de quilômetros por segundo, que está perfurando um buraco gigantesco na nuvem circundante”, disse o líder da equipe Tom Megeath da Universidade de Toledo, em Ohio. “Essencialmente, esses parafusos de gás estão sendo ejetados e estão “varrendo” todo o gás e poeira que está na sua frente.”
Assim, os astrônomos concluíram que o buraco se originou quando os jatos de gás das estrelas jovens na região furaram e limparam o lençol de pó e gás que formam NGC 1999.
Lençol de pó? Sim, seria a melhor maneira de você conseguir mentalizar o que acontece nessa nebulosa.
Vamos supor agora, que você pegou um lençol e estendeu no varal de seu pátio. Deixou ele meio enrugado e amassado. Vamos supor que há um pequeno fósforo grudado nele, e pelo calor do Sol, provocou uma reação química e física fazendo com que o fósforo acendesse.
Com isso abriu um buraco, vamos dizer melhor, ficou com um furo ao queimar parte do lençol. E ao olhar através desse furo você avistou o resto do seu pátio.
Desse exemplo, faremos uma aplicação: O lençol representa à nebulosa NGC 1999 que não é muito espessa; o seu pátio é o espaço escuro que envolve nossa galáxia; o fósforo representa a estrela V380 Ori. A chama do fósforo seria o que queimou o material residual da nuvem provocando assim o furo na nebulosa.
O que seria a mancha escura? É nada mais do que nosso espaço, o outro lado e a continuação da galáxia.
Mas antes de concluirmos, devemos visualizar o que existe em volta de nós. Pois, alguns acham que há um paredão depois dessa nebulosa da constelação de órion que divide o nosso universo com o de Deus. Achando também que ali é o fim do universo e esse buraco seria a porta.
Não é nada disso. A constelação de Órion e o sistema solar estão localizados em nossa galáxia. Não estamos simplesmente dando voltas no mesmo lugar. O caminho que percorremos todos os anos que chamamos de órbita, nos leva junto com o Sol e os outros planetas do sistema solar a um pedacinho diferente do espaço á cada ano. Viajamos levados pelo Sol e nos dirigimos para a constelação do Hércules e não a de Órion num movimento chamado de ápex solar, à velocidade de 72 mil km/h. Como vemos o Sol todos os dias, não pensamos muito a respeito dele. Mas o Sol é uma estrela comum, uma das mais de 400 bilhões de estrelas que constituem a nossa galáxia, a Via Láctea que pertence a um grupo de galáxias que denominamos de o grupo local.
A maioria das estrelas de nossa Galáxia concentra-se num disco fino de aproximadamente 100 mil anos-luz de comprimento e de Três mil anos-luz de espessura, e é do tipo espiral com quatro braços. Essas estrelas se movem em torno do centro da galáxia em órbitas praticamente circulares. O Sol, por exemplo, gira lentamente a uma velocidade de cerca de 200 km/s. Outras 10 bilhões de estrelas formam o "halo" galáctico, um envelope esférico que envolve o disco galáctico.  O Sol se situa num pequeno braço da espiral denominado braço Local ou braço de Órion. Um braço razoavelmente menor comparado com o braço de Sagitário, que está posicionado mais perto do centro galáctico. Neste braço galáctico há diversas estrelas visíveis a olho nu, as quais estão situadas profundamente dentro do braço de Órion. O grupo mais notável de estrelas são as estrelas principais que compõem a constelação de Órion - de qual o braço espiral recebeu o seu nome. Podemos comparar a nossa Via - láctea como se fosse uma grande ilha em um imenso oceano cósmico, e nosso sistema Solar e as estrelas de Órion seriam os grãos de areia em uma praia. Considerando que as estrelas brilhantes de Órion encontram-se numa formação parecida com uma espora na beira externa da galáxia. Assim, o que existe depois de Órion e da NGC 1999 é a continuação da galáxia e do vácuo do espaço. Essa escuridão vista nessa cavidade é como você olhar por uma janela e ver a rua de sua casa que seria o resto do universo.

Conclusão: Não seria incoerente de nossa parte tentar afirmar e nem comparar que esse vazio seria os céus abertos para Jesus aparecer literalmente. Valendo-se dessa cavidade vazia e de movimentos de uma nebulosa longínqua cuja luz demora 1.500 anos para nos alcançar e que possa ser visto em tempo real. Pois, O "espaço aberto” que Ellen White menciona não está aberto hoje. Ellen White está descrevendo claramente eventos que ocorrerão por ocasião da vinda de Cristo, ou seja, no futuro;
Assim, te pergunto: Ao sair de seu trabalho e embarcar em um ônibus para voltar para casa, o que você faz? Você desce 15 paradas antes ou 15 paradas depois? Não, você simplesmente desce na parada mais próxima de sua casa. Certo? Então não seria mais lógico que Deus, com todo o seu poder, fizesse uma abertura mais próxima ao nosso planeta? Por que Deus estaria limitado a utilizar Órion como portal do reino de Deus? Ao mesmo tempo se esse “Hole” seria necessário, “não faria também mais sentido que ela estivesse ou nas galáxias mais antigas do Universo?”
O fato é que o espaço aberto faz parte de alguns sinais no céu que só serão presenciados no momento do segundo advento de Cristo em nossa atmosfera. A abertura não estava acontecendo no tempo de Ellen White nem está acontecendo hoje. É preciso, portanto, tomar cuidado com as notícias alarmantes, sem nenhuma base espiritual e científica, na tentativa de extrair alguma lição moral. Não podemos pregar fantasias.
O cristianismo não deve ser tratado dessa maneira. Nossa fé não se baseia em lendas urbanas. Ela tem que estar alicerçada sobre sólidas evidências. Devemos apresentar nas igrejas somente mensagens que tenham um forte conteúdo bíblico e científico. Nos casos em que sejam mencionados fatos, nomes, datas e lugares, que esses dados sejam confirmados por publicações sérias e competentes.
Deus não precisa deslocar uma nebulosa que está a 15 quatrilhões de quilômetros distante de nós para resgatar a raça humana. Isso é totalmente desnecessário. Se essa abertura fosse feita, só veríamos o fenômeno cerca de 1.500 anos depois, pois esse é mais ou menos o tempo que a luz leva para vir de lá até aqui. O que realmente enxergamos no céu, à noite, é somente uma imagem da luz emitida pela nebulosa (apenas fótons). Se realmente a nebulosa estivesse se aproximando da Terra para Jesus voltar, ela teria que viajar no mínimo à velocidade da luz e levaria 1.500 anos para chegar até nosso planeta. Mas isso seria impossível, porque as estrelas e tudo que elas contêm (na nebulosa) fossem deslocadas a essa velocidade sua massa aumentariam (fórmula E = mc2), colidindo com os outros corpos celestes que estão em seu caminho. Isso provocaria uma grande destruição e não sobraria nada.
Enfim, Sempre devemos lembrar que a Palavra de Deus é o nosso guia.
http://yurimendes.com.br/content/view/100/1/

Nenhum comentário: